Iniciação à Ciência

terça-feira, 15 de abril de 2008


Observação: esta aula foi bem parecida com as anteriores. Mesmo assim recomendo ler ambas para buscar os significados complementares e as diferentes formas de se entender os conceitos.

Tópicos estudados para a segunda prova:

  1. Conhecimento
  2. Epistemologia
  3. Racionalismo
  4. Empirismo
  5. Criticismo kantiano
  6. Ceticismo
  7. Dogmatismo
  8. Sofistas
  9. Dialética

O conhecimento: já foi amplamente estudado. Ter em mente os seus três elementos constitutivos.

Epistemologia: a ciência hoje é uma linguagem universal. Portanto, ela deve ter uma forma própria e padronizada. A ela deve ser conferida uma unidade, independente de ser no Ocidente ou no Oriente. A epistemologia é a ciência da ciência, também considerada a Filosofia da ciência. Basta olhar a formação da palavra e analisá-la etimologicamente: episteme: ciência; logia: ciência. Ou seja, são dois sinônimos compondo uma mesma palavra. Tem por objeto o estudo dos problemas dos fundamentos das distintas ciências, seus métodos e o valor da ciência como atividade humana.

Agora, partimos, novamente, para os ismos: significam teoria, conjunto estruturado de conhecimentos.  

Racionalismo: ataque que se fazia aos órgãos dos sentidos. Segundo René Descartes, é muito perigoso construir um conhecimento com base nas informações recebidas pelos órgãos dos sentidos porquanto os mesmos são incompletos, incipientes, pouco potentes, fracos e não dignos de confiança. O conhecimento deveria ser elaborado pelo aspecto racional. “Penso, logo existo – cogito, ergo sum.”

Dessa maneira, Descartes encontra na duvida um caminho seguro para encontrar a verdade. O procedimento é: “Converta a dúvida em método. Comece duvidando de tudo, das afirmações do senso comum, dos argumentos da autoridade, do testemunho dos sentidos, das informações da consciência, das verdades deduzidas pelo raciocínio, da realidade do mundo exterior, e da realidade do seu próprio corpo.”

Note que Descartes já comete uma pequena falha ao dizer que o homem dificilmente pode confiar em seus órgãos sensoriais; afinal, em seu tempo, idéias para muitas obras intelectuais e artísticas já haviam sido concebidas mesmo quando o autor estava em longe da sobriedade, com os sentidos ainda mais comprometidos.

Empirismo: antítese do racionalismo. A base do empirismo é a experiência que nos chega através dos órgãos dos sentidos. A dor, por exemplo, não pode ser compreendida senão pela sensação, nem mesmo as cores nem as sensações térmicas. Como o homem as saberia apenas pela razão?

Criticismo kantiano: nenhum dos dois anteriores está certo ou errado; estão apenas incompletos. O conhecimento surge através dos órgãos dos sentidos e depois é elaborado, sistematizado e classificado pelo raciocínio. O criticismo kantiano nada mais é do que a terceira vertente, que utiliza uma parte do racionalismo e outra do empirismo, constituindo a síntese dos dois.

O racionalismo, o empirismo e o criticismo kantiano buscam o conhecimento diretamente.

Ceticismo:  não busca o conhecimento diretamente; critica os três anteriores. O cético diz: “Racionalistas, empiristas e críticos kantianos, ouçam com atenção! Vocês podem procurar o conhecimento à vontade, mas o ser humano não tem condições de captá-lo, não tem bagagem suficiente para apreendê-lo”. O cético diz que além dos órgãos dos sentidos não serem dignos de confiança, o que preliminarmente nos levaria a crer que ele concorda com o racionalista, ao mesmo tempo ele sustenta que nem o intelecto humano o é! A contribuição do racionalismo, empirismo e do criticismo kantiano foram práticas para a humanidade; já o ceticismo não trouxe nada de concreto, mas observou, pioneiramente, que realmente há algo de errado com a forma de pensar e agir do homem, e apontou os defeitos da capacidade humana.

O cético não deixa de ter razão porque a organização da nossa ciência é relativamente recente, ela data do séc. XVII. O cético apareceu numa boa época, pois. Fez um papel moderador ante às novas descobertas, e colocou os pensadores para refletirem. Foi bom, inclusive, para pôr no chão os pés daqueles que se referiam à ciência como “nossa sofisticada ciência”.

Dogmatismo: o seu adepto é o que acredita facilmente em tudo. Grande parte da nossa sociedade é dogmática. Isso por causa da falta de senso crítico. A pessoa acredita naquilo e ponto. É uma sociedade crente ao extremo na palavra impressa ou que fora proferida por uma autoridade. Há relação estreita do dogmatismo com a alienação e o fanatismo.

O povo brasileiro é, em geral, “Maria-vai-com-as-outras”; somos, em relação ao intelecto, um grande rebanho, um gado encabrestado.

Texto da transparência: toda atitude de conhecimento que consiste em acreditar estar de posse da certeza ou da verdade antes mesmo de se fazer a critica da faculdade de conhecer. Toda atitude que consiste em afirmar algo de modo categórico, peremptório e intransigente, sem provas daquilo que afirma.

Claro que nem tudo que a grande mídia afirma é bobagem, mas temos que fazer a triagem das coisas ouvidas e lidas. A imensa maioria de nossa sociedade não tem o mínimo treinamento intelectual, portanto, como fazê-la?

Segunda transparência: uma pessoa dogmática possui uma forma de pensar e acha que todos devem aceitá-la, e acredita que quem não o faz incorre em erro e não deve ser tolerado.

A adesão a incondicional a princípios tidos como irrefutáveis, bem como a imposição de doutrinas não comprovadas de modo algum, são traços característicos daqueles que aderem ao dogmatismo.

Sofistas:

Transparência: são os especialistas na arte de bem falar. Tinham como finalidade preparar o homem grego para ser cidadão, político, isto é, um habitante da pólis.

Capaz de argumentar e defender seus pontos de vista.

No exercício cotidiano da democracia grega, preocupavam-se em ensinar os homens a falar bem, independente da verdade ou falsidade de suas afirmações.

Sócrates dizia que os sofistas eram os inimigos da ciência. (*)

O objetivo inicial era fazer com que o jovem tivesse aptidões úteis à sociedade, ou seja, elaborar seu ponto de vista. Construir o argumento, defender o ponto de vista através deles e, então, vencer o debate.

Observação para reflexão: os advogados não são, pessoalmente, imorais, é apenas a essência da profissão que é.

(*) olhar a parte 5 da apostila sobre o assunto que está melhor sintetizada.